quarta-feira, 19 de agosto de 2015



Dois garotos se beijando 
Autor: David Levithan
Editora:
Galera Record

Categoria:
 Literatura Estrangeira

Páginas:
 224

Lançamento:
 
2015

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E David Levithan conseguiu mais uma vez: me fisgou com sua estória delicada e cheia de significados. A princípio achei a narrativa muito confusa, e muito séria, com algumas frases que pareciam fazer parte de um manifesto. Mas aos poucos foi ficando mais leve e próxima do estilo do autor nos outros livros.

A base da estória é o ex-casal Harry e Craig, que decidem se beijar por 32 horas, 12 minutos e 10 segundos, para quebrar o recorde anterior de dois garotos se beijando, a fim de mostrar ao mundo que não há nada demais em dois meninos se beijarem, ou duas meninas, um menino e uma menina. E esse beijo vai sendo contado aos poucos, com todas as implicações que ele exige, ao longo de todo o livro.

Em paralelo, e acredito que mais importante que o próprio beijo, correm as estórias de outros garotos gays, e as diversas maneiras como encaram sua sexualidade, e como são aceitos pelas outras pessoas. É com essas estórias que o autor consegue conquistar a atenção do leitor, mostrando alguns que têm sorte por conseguir assumir quem realmente são, enquanto outros meninos precisam se esconder da própria família para continuar vivendo bem.

Neil e Peter são namorados há algum tempo, e apesar de serem assumidos, sofrem com a rejeição de algumas pessoas; Cooper nunca disse a ninguém que é gay, e prefere se esconder atrás de perfis falsos na internet para bater papo com outros caras e ver pornografia; Tariq foi brutalmente agredido por um grupo de pessoas preconceituosas e intolerantes, e desde então, vive com medo; Ryan, o menino de cabelos azuis e Avery com cabelos pintados de rosa se conhecem e encontram um ao outro, sentindo-se bem e se aceitando como são.


"- Eu sou gay. Sempre fui gay. Sempre serei gay. Vocês precisam entender isso, e precisam entender que não somos uma família de verdade até vocês entenderem isso."(página 148)


Há vários momentos emocionantes ao longo do livro, e com sutileza eles nos fazem pensar em como seria se fossemos um desses meninos, ou seus pais, ou seus amigos e professores. Como agiríamos? Será que somos capazes de aceitar e conviver uma pessoa do jeito que ela realmente é? Sem julgar e sem descriminar? Essa é a mensagem principal que o autor quis passar, e consegue fazê-lo com competência.

Essa é uma leitura indicada para todos: pessoas que querem conhecer um pouco mais dos dramas e conflitos enfrentados pelos homossexuais, ou que simplesmente querem conhecer a história do recorde do beijo. Mas atenção, abram suas mentes antes de ler, encarem a estória com carinho, despidos de preconceitos e desapegados de religião. Assim, a experiência será completa, e com certeza vocês vão se emocionar e aprender com a narrativa de Levithan.

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